Um -não tão- breve resumo da temporada de 2022 da Fórmula 3
- Beatriz Barbosa
- 9 de nov. de 2022
- 16 min de leitura
Como de costume, a Fórmula 3 presenteou os fãs com uma temporada cheia de surpresas, largadas caóticas e momentos que somente a F3 é capaz de proporcionar. Com show dos Rookies e performance consistente de Victor Martins rumo ao título, a edição de 2022 da FIA F3 rendeu boas lembranças. Um resumo das nove etapas de 2022, você confere abaixo.

Grande Prêmio do Bahrein
Em 2022, Fórmula 2 e 3 voltaram a andar em conjunto, com isso, a abertura de ambos os campeonatos ocorreu no Bahrein. Logo na primeira rodada, os estreantes mostraram o que seriam capazes de realizar durante o ano.
Na classificação, Franco Colapinto foi o mais rápido, com o tempo de 1.46.249 e faturou a primeira pole da temporada. Durante a corrida sprint, Ollie Bearman e Isack Hadjar duelaram em boa parte da prova em busca da vitória, com o francês levando a melhor.
A corrida principal foi caótica. Colapinto largou na pole position, Zane Maloney ameaçava a posição, até que seu carro começou a apresentar falhas no motor e foi perdendo posições, se envolvendo em uma leve batida com Francesco Pizzi, que fez o italiano rodar, Maloney abandonou momentos depois. Quem saiu prejudicado com todo o caos, foi Caio Collet, que acabou com a suspensão quebrada.
Colapinto conseguiu segurar a posição até a volta 15, quando Victor Martins fez o ataque e após a briga, o francês assumiu a ponta, segurando a posição até a bandeirada final. Na volta 18, Arthur Leclerc também ultrapassou o argentino, que chegou em terceiro em sua primeira corrida longa de Fórmula 3.
Grande Prêmio da Emília-Romagna
A pole em Ímola ficou por conta de Zane Maloney, que virou em 1.41.180 direto para a primeira posição no grid de largada da Feature Race. Com a inversão do grid para a corrida sprint, o argentino Franco Colapinto saiu na frente, sua liderança durou por exatas quatro voltas.
O brasileiro Caio Collet conseguiu uma bela ultrapassagem, assumindo a ponta. Em uma tentativa de ultrapassagem em cima de Arthur Leclerc, OllieBearman acabou rodando na oitava volta, após um toque com seu companheiro de equipe.
Na volta 13, Reece Ushijima e Federico Malvestiti se envolveram em uma forte batida, com o carro de Ushijima passando por cima do de Malvestiti. Após o grave incidente, a corrida retornou de forma tranquila. Porém, como estamos falando de Fórmula 3, as coisas sempre se tornam caóticas em algum momento, em Ímola, foi na última volta.
Collet liderou praticamente toda a corrida sprint, desenhando sua primeira vitória na categoria, nos momentos finais, acabou travando demais na disputa com Isack Hadjar, que acertou o carro do brasileiro, o tirando da prova.
Com os líderes da prova se enroscando, Franco Colapinto viu sua primeira bandeira quadriculada indicando uma vitória na F3. Victor Martins e Jak Crawford completaram o pódio.
Na corrida principal, Zane Maloney fez valer sua pole. Após briga com Romain Stanek, o piloto de barbados seguiu liderando a prova após as luzes vermelhas se apagarem, porém, Caio Collet conseguiu uma boa largada e acabou realizando uma ultrapassagem dupla e assumiu a ponta.
Tudo isso, antes da terceira volta, que foi marcada por uma batida entre Reece Ushijima e Brad Beanavides, além de Francesco Pizzi parando na brita no mesmo momento. O Safety Car foi acionado e a MP Motorsports chamou Collet para os boxes, a estratégia foi antecipada e o brasileiro acabou perdendo posições.
Após sete voltas e uma largada caótica, Josep María Martí liderava a prova, porém, Zane Maloney conseguiu recuperar sua posição de origem e voltou a liderar a corrida. Na parte final, Brad Benavides passou direto no traçado e parou na brita. Em um primeiro momento, a direção de prova decidiu acionar o Virtual Safety Car, porém, na posição que o carro parou, foi necessária a entrada do carro de segurança.
Na relargada, Maloney rodou sozinho enquanto esquentava os pneus. Ollie Bearman acertou o carro de Grégoire Saucy, fazendo com que o piloto da ART Grand Prix abandonasse a prova. No fim, Stanek venceu a feature race, seguido de Jak Crawford e Isack Hadjar.
Grande Prêmio da Espanha
O pole position da vez foi Romain Stanek que virou em 1.33.516 na pista de Barcelona. O traçado é bastante conhecido pelos pilotos da base, uma vez que é uma das escolhidas para os testes de pré-temporada da F2 e F3. Inclusive, as categorias haviam testado uma semana antes no traçado catalão.
Na corrida sprint, David Vidales largou da ponta, seguido de Juan Manuel Correa, que tentou o ataque ao carro número 20 desde o princípio. Mais atrás, Jak Crawford conseguiu boa largada, aproveitando o embate dos líderes da prova para se aproximar das primeiras posições. Foi na quinta volta que Crawford finalmente conseguiu êxito e ultrapassou Correa. Os outros dois carros da PREMA, guiados por Arthur Leclerc e Ollie Bearman, que vinham, respectivamente, na sétima e oitava posições, tentavam atacar Smolyar, mas sem muito sucesso.
Victor Martins obteve sua primeira mostra de azar, com seu carro perdendo potência e o obrigando a abandonar a corrida. Quem também precisou abandonar a sessão foi Franco Colapinto, que viu seu carro perder parte da lataria que cobre o motor.
Na volta 12, Crawford conseguiu encostar o suficiente para atacar Vidales, sua primeira tentativa de ultrapassagem foi por fora, o que não deu certo, na disputa o piloto júnior da Red Bull, acabou saindo da pista e passando por cima de uma zebra alta, precisando controlar bem o carro para não acabar na brita.
Uma volta depois, Caio Collet conseguiu a ultrapassagem em cima de Kaylen Frederik, assumido a quarta colocação. Na volta 17, o brasileiro investiu no ataque em cima de Juan Manuel Correa, na briga pelo pódio. Collet até conseguiu ultrapassar, mas Correa recuperou a posição rapidamente. Ao mesmo tempo, Bearman e Ushijima brigavam décima posição, com o piloto da VAR levando a melhor.
Na volta 18, Collet conseguiu assumir a terceira posição, Smolyar conseguiu ultrapassar Correa, porém acabou perdendo o traçado e caiu para a sexta posição. David Vidales conseguiu segurar a liderança até a bandeirada final, vencendo a corrida Sprint, o pódio foi completado por Jak Crawford e Caio Collet.
Na corrida principal, Victor Martins conseguiu a ultrapassagem em cima de Romain Stanek antes da primeira curva, ao passo que tentava encostar em Martins, Stanek precisa lidar com a pressão de Isack Hadjar que vinha em sua cola.
A primeira intervenção do carro de segurança aconteceu na quarta volta, com Rafael Villagomez parando na barreira de proteção, após um toque com Kush Maini, que foi punido em 10 segundos. Na volta 11, Brad Benavides encontrou a barreira de proteção, levando o carro de segurança para a pista mais uma vez.
Na relargada, Vidales e Leclerc disputavam posição, quando o monegasco acabou empurrando o adversário para fora da pista, com o toque, ambos caíram de posição, saindo da zona de pontuação. Leclerc foi punido com cinco segundos devido ao toque.
Na volta 19, Leclerc e Correa se envolveram em um incidente na briga por posição, Leclerc acabou saindo para a grama, mas se manteve a frente. Nos momento finais, Correa conseguiu a ultrapassagem, com Saucy na cola de Leclerc. Victor Martins triunfou na Espanha, seguido de Stanek e Hadjar.
Grande Prêmio da Inglaterra
A pole do GP de Silverstone ficou na conta de um piloto da casa, Zak O’Sullivan colocou sua Carlin na ponta com o tempo de 1.44.597.
Com a inversão do grid, Reece Ushijima largou na pole, com Victor Martins em segundo. Logo no apagar das luzes, o francês realizou o ataque, protagonizando uma forte disputa pelo primeiro lugar. Martins conseguiu a ultrapassagem, mas Ushuijima estava disposto a brigar para retomar a posição, com Kush Maini tentando entrar na disputa.
Isack Hadjar buscava espaço para brigar pela vitória, na sétima volta, conseguiu ultrapassar Maini, uma volta depois, já aplicava a manobra em cima de Ushijima para ocupar a segunda colocação. O piloto da VAR brigou para se manter em segundo, mas não conseguiu segurar o francês, que claramente, vinha para brigar pela vitória.
Na décima volta, Lazslo Toth e Zdenek Chovanec se envolveram em um incidente e acionaram o safety car. Restando três voltas para o fim, Hadjar andava a menos de um segundo de distância de Martins e começava a atacar o compatriota, conseguindo a ultrapassagem na volta 16. Martins e Ushijima completaram o pódio.
Largando da primeira posição em sua corrida caseira, Zak O’Sullivan conseguiu segurar Arthur Leclerc nas primeiras voltas, se distanciando do piloto da PREMA. Porém, fortes disputas se formaram entre o terceiro e quarto e quinto e sexto colocados, resultando em um toque em Zane Maloney, que saiu da pista, abandonando e gerando a primeira intervenção do carro de segurança. Colapinto também abandonou a prova na primeira volta.
Na sexta volta, Leclerc conseguiu a ultrapassagem e assumiu a ponta. Na mesma volta, os juniores da Red Bull, jak Crawford e Isack Hadjar protagonizaram uma disputa pelo quinto lugar, Crawford acabou forçado para fora da pista, voltando em oitavo. Um contato entre Stanek e Saucy obrigou ambos os pilotos a pararem nos boxes. Rafael Villagomez perdeu a asa dianteira após um toque e parou na barreira de proteção.
Na penúltima volta, Ollie Bearman conseguiu ultrapassar Caio Collet e assumiu a segunda posição, arriscando a manobra por dentro, passando por cima da zebra e, ao retornar para a pista, bateu o pneu traseiro direito de Collet, fazendo com que o brasileiro saísse da pista. Leclerc administrou bem sua vantagem na liderança e confirmou a vitória, O’Sullivan e Bearman completaram o pódio.
Grande Prêmio da Áustria
Vivendo um bom momento na temporada e se tornando o novo queridinho da academia da Red Bull, Isack Hadjar marcou a pole na casa da equipe taurina, com o tempo de 1.19.759.
Caio Collet largou na ponta na corrida sprint, com Juan Manuel Correa largando ao seu lado e disputando a liderança. O piloto equatoriano conseguiu a ultrapassagem em cima do brasileiro após a primeira curva. Assim que Correa assumiu a liderança, o safety car entrou na pista após Rafael Villagomez rodar na largada e parar na área de escape.
Na sexta volta, o carro de Correa começou a perder potência (a ART não foi legal com nenhum piloto, nem na F2, nem na F3 nesse quesito durante a temporada) e ele foi perdendo posições, até abandonar. Na décima volta, Jak Crawford colocou o carro por dentro para ultrapassar Franco Colapinto, assumindo a segunda colocação. Edgar tentou aproveitar o vácuo, mas o argentino segurou a posição.
Uma briga entre Maloney, Stanek e Leclerc resultou em três carros brigando por posição e Zane Maloney acabou tocado e abandonou a prova. O ataque de Crawford para assumir a liderança ocorreu na volta 14, Collet tentou segurar o adversário, se defendendo enquanto foi possível, mas não conseguiu deter o carro da PREMA.
Após a ultrapassagem, Crawford administrou sua vantagem rumo a vitória, com Caio Collet e Franco Colapinto completando o pódio. Na casa da Red Bull, o piloto da academia levou a melhor na sprint, recebendo o troféu direto das mãos de Helmut Marko.
A corrida principal ocorreu embaixo de muita chuva, com Hadjar na pole, a largada foi atrás do carro de segurança. A visibilidade na pista estava bastante afetada devido a quantidade de água no asfalto, que formavam fortes jatos conforme os carros aceleravam.
Conforme a pista foi secando, os pneus de chuva começavam a perder aderência e os pilotos sofriam leves “derrapadas". Isso ficou bastante visível durante a disputa entre Caio Collet e Zane Maloney. Os pneus do brasileiro sofriam para aderir nas partes secas do asfalto, deslizado com frequência, ainda assim, Collet conseguiu segurar a posição.
Apesar da chuva e as condições instáveis da pista, Isack Hadjar realizou uma performance segura, vencendo a corrida. Victor Martins e Ollie Bearman completaram o pódio.
Grande Prêmio da Hungria
Certamente, Hugaroring foi um circuito especial para o brasileiro que acorda às 3h da manhã para acompanhara a F3, mas vamos por partes. A pole ficou na conta de Alexander Smolyar, que com o tempo de 1.32.740, garantiu o primeiro lugar no grid de largada da corrida principal.
A corrida começou atrás do safety car, devido à chuva que caiu momentos antes da largada e deixou o asfalto completamente encharcado. Com a inversão do grid, Oliver Goethe largou na pole na corrida sprint, com Franco Colapinto em segundo. Assim que o carro de segurança entrou e a bandeira verde foi agitada, o argentino atacou o monegasco, assumindo a ponta na primeira curva.
Isack Hadjar e Caio Collet também conseguiram ultrapassar Goethe após a primeira curva. Em seguida, David Vidales acabou rodando e batendo na barreira, acionando o carro de segurança. Na relargada, Collet arriscou por fora, conseguindo a ultrapassagem em cima de Hadjar e encostando em Colapinto, seguindo no ataque, dessa vez arriscando por dentro, o brasileiro conseguiu realizar o “X” em cima do argentino, assumindo a liderança da corrida, que em seguida, foi recuperada pelo argentino.
Novamente, Colapinto, Collet e Hadjar brigavam pela primeira posição. Hadjar conseguiu, momentaneamente, o segundo lugar, que logo foi reconquistado por Collet. Na décima volta, Caio Collet retomou a liderança da prova, se aproximando de Colapinto na reta e ultrapassando na segunda curva.
Com mais de oito segundos de vantagem, o brasileiro venceu sua primeira corrida na Fórmula 3, categoria na qual correu as temporadas de 2021 e 2022.
Com Smolyar largando na pole na Feature Race, a corrida principal aconteceu, novamente, com a pista molhada, mas dessa vez, com largada parada. O piloto da MP Motorsports viu Zane Maloney largando bem, ameaçando ultrapassá-lo, e precisou lidar também com Ollie Bearman, que se aproveitou do enrosco entre os dois primeiros, para ganhar vantagem, ainda assim, Smolyar permaneceu na liderança.
Liderando de ponta a ponta, Smolyar venceu a corrida principal do Grande Prêmio da Hungria, seguido de Maloney e Bearman, que disputaram o segundo lugar até a linha de chegada. Destaque também para Zak O’Sullivan, que saiu do fundo do pelotão e chegou em P5.
Grande Prêmio da Bélgica
Após sua primeira vitória, Collet parecia ter empolgado, no retorno das atividade após o recesso de verão, o brasileiro chegou em SPA-Francorchamps cravando a pole, ao virar em 2.11.289.
Na sprint race, O’Sullivan largou na pole, conseguindo uma saída inicialmente tranquila, mas que logo se transformou em uma das mais caóticas da temporada. Correa ultrapassou O’Sullivan, que tentou responder, enquanto Benavides arriscava a ultrapassagem rumo a segunda colocação. Os pilotos da Carlin se tocaram, Benavides saiu da pista, cortando todo o caminho pelo lado de fora, na confusão que se instalou, diversos carros ultrapassaram Correa, que acabou tocado e saiu da pista.
Bearman assumiu a liderança, mas Benavides seguiu em seu encalço. No meio do pelotão, Victor Martins foi tocado e saiu da pista, “cortando caminho” por fora da pista (limites de pista? Nessa corrida, inexistentes kk), e foi investigado pela manobra.
Essa corrida foi marcada por uma forte batida entre Zane Maloney e Oliver Goethe. Em uma disputa, o pneu traseiro direito do carro de Maloney foi tocado por Goethe, fazendo com que o carro da Trident levantasse do asfalto, ambos saíram da pista, o carro do barbadiano bateu na proteção de pneus e capotou por cima do carro de Goethe. Ambos saíram bem do acidente.
Após o safety car que foi acionado para a remoção dos carros envolvidos no acidente comentado anteriormente, Ollie Bearman deu o pé na relargada, impondo uma boa distância para Edgar que vinha em segundo.
Bearman venceu, seguido de Stanek e Smolyar. Destaque para Arthur Leclerc que largou em 20° e chegou em quinto lugar, conseguindo quinze posições durante a prova.
Na corrida principal, Collet largou na pole, com Maloney em sua cola, ambos largaram bem e o piloto da Trident começou os ataques na tentativa de ultrapassagem antes da primeira curva, ambos acabaram saindo do traçado na disputa, mas Maloney levou a melhor. O barbadiano precisou devolver a posição.
A briga seguiu se desenhando, com Goethe entrando na disputa, porém, Caio Collet foi punido em cinco segundos, o que acabou jogando um balde de água fria na corrida do brasileiro.
Foi apenas na décima primeira volta que Maloney conseguiu ultrapassar Collet, em seguida, Stanek também ultrapassou o brasileiro. Maloney confirmou sua vitória, seguido de Stanek e Bearman, que assumiu o terceiro lugar após a punição de Collet ser computada.
Grande Prêmio da Holanda
Zane Maloney impôs uma sequência espetacular na reta final da temporada, que o colocou na briga direta pelo título de 2022 da Fórmula 3. Na penúltima etapa, em Zandvoort, o barbadiano cravou a pole com o tempo de 1.24.386.
Na corrida sprint, Juan Manuel Correa largou em primeiro, seguido de seu companheiro de equipe, Gregoire Saucy. Largando em quarto, Caio Collet arriscou uma manobra por fora e na primeira curva, já havia assumido o segundo lugar.
No meio do pelotão, Romain Stanek sofreu um contato do carro de Franco Colapinto, rodando na pista, para desviar da confusão, Maloney saiu do traçado, passando pela brita e caindo para a última colocação. O primeiro ataque efetivo de Collet para cima de Correa aconteceu na quarta volta, com o brasileiro tentando, novamente, ultrapassar por fora, mas o equatoriano defendeu bem a posição.
Zak O’Sullivan, que vinha em terceiro, se mantinha perto o suficiente para tentar ganhar vantagem na briga pela liderança. Na quinta volta, Collet conseguiu a ultrapassagem, aproveitando-se das inclinações das curvas do circuito. A briga pela primeira colocação foi bonita, com os pilotos andando lado a lado, até que o brasileiro conseguisse, efetivamente, assumir o primeiro lugar.
Enquanto os líderes da prova disputavam o primeiro lugar, no fundo do grid, Rafael Villagomez atingia o pneu traseiro direito do carro de Brad Benavides, fazendo com que o carro do estado unidense rodasse, gerando uma bandeira amarela no primeiro setor da pista. Essa corrida foi marcada pela participação de Sebastián Montoya, que estreou na F3 na zona de pontuação. A melhor aparição do piloto na corrida foi em sua disputa com Jak Crawford pela oitava colocação, onde o novato conseguiu defender bem e manter a dianteira.
Caio Collet administrou com tranquilidade a liderança, vencendo sua segunda corrida na temporada, seguido de Correa e O’Sullivan. Essa prova marcou o retorno de Correa no pódio após o acidente em SPA em 2019, quando corria pela Fórmula 2.
Largando da pole na corrida principal, Zane Maloney viu o ataque de Victor Martin assim que as luzes se apagaram. Na estreita pista de Zandvoort, a disputa inicial colocou os dois carros lado a lado, com o francês quase espremido contra o muro, a briga seguiu pelos primeiros metros, porém, em uma disputa mais acirrada, Maloney acabou saindo da pista, perdendo a liderança e por pouco, não sendo ultrapassado por Crawford, que largou em terceiro.
O safety car foi acionado na quarta volta, após Brad Benavides e William Alatalo se envolverem em um incidente, parando na brita. Benavides acertou a traseira do carro de Alatalo, forçando os dois em direção as barreiras de proteção.
O carro de segurança se retirou no início da oitava volta. A relargada, como de costume, aproximou os carros, mas Victor Martins conseguiu uma boa vantagem. Crawford arriscou cortar os carros pelo lado externo do traçado, mas acabou errando e caindo de terceiro para nono.
Restando 15 voltas para o final, Maloney conseguiu o “X” em cima de Martins, recuperando a primeira colocação. Um segundo safety car foi acionado, após o carro de Vidales perder potência e precisar ser retirado da pista, além de um pedaço do bico do carro de Saucy que se soltou após um leve toque de seu carro na traseira do carro de O’Sullivan.
Após uma relargada tranquila, Maloney seguiu rumo a bandeira quadriculada, vencendo a segunda em sequência, dividindo o pódio com Martins e Colapinto. Montoya voltou a pontuar, terminando, novamente, em P8.
Grande Prêmio da Itália
Alexander Smolyar cravou a última pole do ano, virando em 1.37.559 no tradicional circuito de Monza. A classificação para o GP da Itália foi interessante, com seis pilotos na briga pelo título. Hadjar, que era um dos postulantes, sofreu uma batida forte no qualificatório, somando apenas o 16° tempo. Maloney foi o segundo mais rápido, Stanek marcou o terceiro tempo, Martins fez a quarta melhor volta, Leclerc conseguiu a quinta colocação e Bearman foi o sexto. Com a inversão do grid, quem largou na frente na sprint race foi o argentino Franco Colapinto.
A largada foi agitada, com Caio Collet atacando o líder desde o apagar das luzes, mas não conseguindo a ultrapassagem, ambos chegaram a estar lado a lado, mas Colapinto soube usar bem a pista para se defender. Quem não viveu um bom momento no começo da prova foi Victor Martins, que saiu do traçado e cortou alguns quilômetros pela brita, danificando os pneus e perdendo muitas posições, isso aconteceu após ser tocado por Arthur Leclerc.
O nervosismo com a decisão parecia tomar conta, Hadjar se envolveu em um incidente e precisou ir para os boxes para trocar a asa dianteira. Martins tentava recuperar as posições perdidas na largada, mas no desespero para somar pontos, também se envolveu em situações que, por sua experiência, poderiam ser evitadas.
Nas últimas voltas, uma briga incessante pelo pódio começou a se desenhar, primeiro com Edgar assumindo o terceiro lugar e rapidamente sendo desbancado por Bearman, que por fora, conseguiu duas ultrapassagens de uma só vez, rebaixando Collet para terceiro.
Andando muito perto de Colapinto, Bearman correu para vencer, colocando o carro lado a lado com o do argentino, mas não conseguiu a ultrapassagem. Colapinto encerrou a temporada com duas vitórias em solo italiano, relembrando que ele venceu a sprint em Ímola.

Antes da última e decisiva corrida, a classificação se encontrava assim:
1. Victor Martins – 127 pontos
2. Isack Hadjar – 121 pontos
3. Oliver Bearman – 114 pontos
4. Zane Maloney – 109 pontos
5. Roman Stanek – 109 pontos
6. Arthur Leclerc – 104 pontos
Smolyar largou na pole, sendo atacado por Maloney que conseguiu a ultrapassagem na primeira curva, assumindo a liderança da prova principal. Na quinta volta, Smolyar conseguiu revidar e retomou sua posição inicial, porém, ao ultrapassar, travou os pneus, o que permitiu que Maloney atacasse, quem se deu bem com essa disputa foi Victor Martins, que conseguiu ultrapassar Maloney e partiu para o ataque em cima de Smolyar.
Três voltas mais tarde, Maloney ultrapassou Smolyar e arriscou a manobra em cima de Martins, voltando a liderar a prova. Arthur Leclerc tentou seguir o caminho dos rivais pelo título e, na tentativa de ultrapassar Smolyar, acabou imprensando o carro da MP Motorsports, Stanek arriscou o lado externo do traçado para não se envolver na disputa. Não deu certo, Leclerc acabou perdendo a dianteira do carro, Smolyar desviou, mas Stanek foi levado para fora da pista junto com o piloto da PREMA.
Após a confusão, Bearman assumiu o terceiro lugar e Smolyar sofreu danos em seu carro. Restando 10 voltas para o fim da corrida, Ollie Bearman ultrapassou Victor Martins, assumindo o segundo lugar.
Na volta 17, o momento que definiu o campeonato -aqui, poderia descrever uma super ultrapassagem que definiu o título da forma que a temporada merecia ser encerrada, mas não foi assim- Kush Maini e Brad Benavides bateram muito forte e seus carros pararam na barreira de proteção, o carro médico precisou entrar e, no primeiro momento, os demais carros seguiram o safety car, porém, a direção de prova entendeu que seria melhor paralisar a prova, acionando a bandeira vermelha.
Para quem acompanha as categorias de base, onde essas situações são mais comuns, sabe que o piloto que ultrapassa os limites de pista é, primeiramente, avisado e recebe uma bandeira preta e branca, se a infração se repetir, vem a punição.
Dito isso, em nenhum momento da prova, Martins foi alertado sobre exceder os limites de pista, porém, após a bandeira vermelha, surgiu o anúncio de que ele estava sendo investigado e em seguida, o aviso de punição em cinco segundos, uma confusão generalizada foi instaurada, uma vez que os comissários decidiram NÃO seguir com a corrida.
Com a prova encerrada, se passaram mais de dez minutos, até que se anunciasse, quem de fato, foi o campeão da temporada, uma vez que havia dúvidas sobre em que posição Martins havia terminado após a punição. Depois da confirmação do título do francês, ocorreram as devidas comemorações por parte do campeão, com Zane Maloney e Ollie Bearman (os maiores prejudicados pelas decisões da direção de prova), sendo parabenizados pela corrida espetacular que realizaram e pelo resultado alcançado em sua temporada de estreia.

Victor Martins mereceu o título, mas merecia ainda mais que a decisão ocorresse com uma corrida finalizada com todas as voltas previstas e sem o peso das decisões da direção de prova. Os comissários decidiram não continuar a corrida porque entenderam que não havia tempo hábil, mas acabou se enrolando e atrasando as demais programações por sua ineficácia.
Em sua comemoração, Martins, piloto da academia Alpine, comemorou com a bandeira francesa e dedicou seu título ao compatriota Anthoine Hubert.
A Fórmula 3 acabou assim:
1. Victor Martins -139 pts
2. Zane Maloney – 134 pts
3. Ollie Bearman – 132 pts
4. Isack Hadjar – 123 pts
5. Romain Stanek – 117 pts
6. Arthur Leclerc – 114 pts
7. Jak Crawford – 109 pts
8. Caio Collet – 88 pts
9. Franco Colapinto – 76 pts
10. Alexander Smolyar – 76 pts
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