Sprint News (9/22): A ascensão de Felipe Drugovich em terras italianas
- Beatriz Barbosa
- 1 de out. de 2022
- 6 min de leitura
O mês de setembro foi intenso e repleto de comemorações, em especial para os brasileiros, que após 22 anos, viu um piloto nacional vencer a principal categoria de base, primeira vez desde que a Fórmula 2 segue o atual modelo. Para além da decisão do título, o nono mês do ano, nos apresentou novos nomes para a próxima temporada da F2. Isso e muito mais, você confere a seguir, na quarta edição do Sprint News, seu compilado mensal de notícias sobre a F2.
Grande Prêmio da Holanda
Em sua corrida caseira, a MP Motorsport vivenciou seu fim de semana de ouro. Clément Novalak terminou a classificação em décimo, garantindo a pole position para a corrida sprint. Na primeira prova, Novalak acabou encontrando com os pombos holandeses, o que prejudicou sua largada, fazendo com que Marcus Armstrong conseguisse assumir a ponta com facilidade.

A primeira corrida do fim de semana em Zandvoort não proporcionou grandes emoções, até porque o próprio traçado não permite boas disputas por posições. Havia grandes expectativas para essa prova, pois dependendo do resultado, Felipe Drugovich poderia sair campeão já na antepenúltima etapa do ano.
O brasileiro foi apenas o décimo, garantindo o ponto de volta mais rápida. Com Armstrong, Novalak e Hauger no pódio.
A corrida principal foi marcada pelo retorno de Drugovich ao lugar mais alto do pódio desde a sua icônica vitória em Mônaco. A vitória colocou o piloto da MP ainda mais próximo do título, precisando apenas de um pouco de sorte para confirmar a conquista na próxima etapa, em Monza.
Aliás, sorte é o que não faltou para Drugo na Feature Race em Zandvoort, quando diversos acidentes ocorreram muito próximo do brasileiro, que conseguiu sair ileso e administrar uma corrida caótica para voltar a vencer, com direito a subir ao pódio com bandeira do Brasil e tudo mais.
Grande Prêmio da Itália
A corrida sprint da F2 começou de um jeito que, nem mesmo o mais pessimista dentre os brasileiros, imaginou: Felipe Drugovich sofreu um contato com Amaury Cordeel, abandonando a prova logo após a largada. Dos boxes, o brasileiro viu seu título tornar-se realidade após seu rival, Théo Pourchaire, não conseguir se recuperar na prova e conquistar as posições necessárias para adiar o triunfo de Drugovich.
O final da temporada não foi justo com o restante do ano para Pourchaire, mas a pressão não foi bem administrada pelo francês, que acabou se complicando no momento mais decisivo da temporada. Em relação a Drugovich, o brasileiro mostrou o quão preparado, em todas as vertentes exigidas para um piloto, ele está. Em nenhum momento, independente da adversidade que surgisse, foi dominado pela pressão, além de toda a habilidade demonstrada nas pistas, igualando recordes que, há tempos, não eram ameaçados.

Apesar do abandono, o título veio no sábado, com Drugovich comemorando a conquista ao lado de Vips, Vesti e Daruvala, que foram ao pódio na primeira prova em Monza.
A corrida principal foi marcada pela primeira vitória de Jehan Daruvala na temporada, além de muitos incidentes, erros de estratégia e punições. Os primeiros a verem a bandeira quadriculada, foram: Daruvala, Vesti e Iwasa, porém, o piloto da DAMS acabou desclassificado, após serem encontradas inconformidades técnicas em seu carro após a prova, assim Enzo Fittipaldi herdou o pódio, se juntando ao bolo do 126 pontos, empatado com Doohan e Daruvala.
Victor Martins é o grande campeão da F3
Mais uma temporada acirrada da Fórmula 3 chegou ao fim, dessa vez coroando o francês Victor Martins como campeão, em um ano onde os rookies chamaram a responsabilidade para si e encararam muito bem o desafio de desbancar um piloto experiente.

A última corrida foi decisiva... e polêmica. Após uma bandeira vermelha interrompeu a prova a seis voltas do final e a direção de prova decidiu não dar continuidade, encerrando a corrida. A grande questão é que, já com bandeira vermelha, a direção de prova puniu Victor Martins em cinco segundos por exceder os limites de pista.
Com isso, após a confirmação de que os carros não voltariam para a pista, não se sabia quem era o campeão, pois outros pilotos também estavam sendo investigados e longos minutos se passaram, até que Martins fosse confirmado como campeão. Uma situação evitável que não fez jus a tudo o que a F3 entregou nas pistas em 2022.
Martins foi campeão com 139 pontos, seguido de Maloney 134, Bearman 132, Hadjar com 123 e Stanek com 117. Caio Collet foi oitavo, com 88 pontos, sendo o melhor entre os pilotos da MP Motorsport.
Isack Hadjar e Jak Crawford confirmam ida para a Fórmula 2
Após a decisão da Fórmula 3, Hadjar e Crawford confirmaram que estarão no grid da Fórmula 2 em 2023, ambos são pilotos da academia Red Bull. No caso do francês, o próprio Helmut Marko já havia anunciado a promoção. Ainda não se sabe para qual equipes eles irão.

Na Fórmula 3, Hadjar chegou a brigar pelo título, mas com uma batida na classificação em Monza, as chances diminuíram drasticamente. Ao final da temporada, Hadjar foi o quarto colocado, com 123 pontos. Já Crawford, foi o sétimo colocado com 109 pontos.
Aston Martin confirma contratação de Felipe Drugovich como piloto de desenvolvimento
Logo após a conquista do título da F2, a Aston Martin confirmou a contratação de Drugovich como o primeiro membro do programa de desenvolvimento de jovens pilotos da equipe. Além de pertencer a academia dos ingleses, Drugo também atuará como reserva em algumas etapas selecionadas pelo time.
A equipe também confirmou a participação do brasileiro na primeira sessão de treinos livres do GP de Abu Dhabi. Drugovich, já realizou algumas atividades no simulador da equipe, além de já ter realizado o acerto de seu assento para usar em Abu Dhabi.
Rumores recentes apontam para uma possível ida de Drugovich para a Fórmula E. Essa seria uma boa alternativa para que o campeão da F2 não permaneça fora das pistas em 2023, enquanto concilia o campeonato com suas atividades com a Aston Martin, Drugo estaria tendo o auxilio de Lucas di Grassi, brasileiro que corre na campeão e com bastante influência na categoria elétrica.

MP Motorsport oferece contrato de dois anos para Franco Colapinto
Com o fim da temporada da Fórmula 3 e restando apenas uma etapa para a Fórmula 2, a dança das cadeiras começa a definir os rumos dos pilotos para o próximo ano. Um dos nomes que mais se destacaram na temporada, foi o do argentino Franco Colapinto, que correndo com a estreante Van Amersfoort Racing, conseguiu duas vitórias (Sprints de Ímola e Monza) e uma pole (Bahrein), fechando o ano em nono lugar.

A performance chamou a atenção, atraindo boas oportunidades para Colapinto. Uma delas, foi com a PREMA, que chegou a cogitar a ida do piloto, mas com o valor pedido pela vaga, a situação fica inviável para o piloto. Porém, a MP Motorsport ofereceu um contrato de dois anos para o piloto, além de um desconto para que ele possa assumir o assento.
A proposta seria para um ano de F3 e uma promoção para a F2 em 2024. O argentino participou dos testes pós temporada com a equipe, mas o contrato ainda não foi assinado. No próximo mês, Franco deve retornar a Argentina junto com sua empresária, para buscar por novos patrocínios. A decisão final e acerto de contrato dependem muito dos rumos dessa visita ao país natal do piloto.
Testes da Fórmula 3
Dois testes foram realizados com os carros da Fórmula 3 foram realizados após a temporada. O primeiro, no circuito de Magny-Cours, na França, esse teste foi promovido pela categoria, dando oportunidade para quatro mulheres testarem o carro, foram elas: as pilotas da W Series, Nerea Marti, Chloe Chambers e Abbi Pulling, além de Hamda Al Qubaisi.


A segunda sessão de testes, foram os tradicionais testes pós temporada, que ocorreram no circuito espanhol de Jerez de La Frontera, com o intuito de testar jovens pilotos que brigam por uma vaga para o grid do próximo ano, além de coletar dados para as equipes e servir de avaliação para as equipes.

Destaque para o brasileiro Gabriel Bortoleto, que testou pela Trident e foi o mais rápido no geral, com o tempo de 1.29.554.
Notas da autora: setembro foi um mês mágico para o brasileiro fã de automobilismo, a conquista de Drugovich trouxe para o público uma emoção que há muito não se sentia e que, para alguns, foi uma sensação inédita. Na Fórmula 3, o encerramento de mais uma temporada maluca, sagrando campeão um cara que, assim como o Drugo, com um mental muito preparado e que fez valer a experiência que adquiriu ao longo dos dois anos que esteve na categoria. Foi um momento de definições, mas ainda há muito em jogo na Fórmula 2, além das novidades que tendem a surgir na off-season. Vejo vocês no próximo mês para falar sobre tudo o que surgir de novidade.
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