Sprint News (6/22): GP do Azerbaijão e os altos e baixos dos pilotos fora das pistas

Em junho, a Fórmula 2 contou com apenas uma etapa: o Grande Prêmio do Azerbaijão, mesmo com poucas atividades nas pistas, o que não faltou foram assuntos envolvendo a categoria. De pilotos testando com carros da Fórmula 1 à atletas com contrato rescindido com a academia, o sexto mês do ano rendeu uma longa lista de temas que você confere no primeiro Sprint News do Paddock da F2.

Théo Pourchaire na Fórmula E?

Logo no começo de junho, o site The Race publicou uma notícia especulando a ida do vice-líder da Fórmula 2 para a categoria elétrica. De acordo com o portal, Pourchaire iria para a Fórmula E devido à falta de vagas na Fórmula 1.

O piloto, que pertence a academia da Sauber, entraria para o grid da F-E, ganhando experiência enquanto aguardaria uma vaga na F1, já que a Alfa Romeo (equipe ligada a Sauber), tem um contrato até 2025 com Valtteri Bottas e deve renovar com Zhou Guanyu.

Pourchaire chegou a testar com o protótipo do carro da nova geração da Fórmula E, após a Art Grand Prix – sua equipe na F2- ajudar no desenvolvimento da Nissan, que adentra na modalidade elétrica na próxima temporada. Contudo, assim que a matéria foi publicada, Théo Pourchaire compartilhou em suas redes sociais que a notícia era falsa.

Assim, ficou claro que, ao menos por hora, o piloto não irá para a Fórmula E. É válido ressaltar que essa é a segunda temporada do francês na Fórmula 2 e caso não vença o campeonato, é possível que haja a renovação para um terceiro ano.

Melbourne entra no calendário da F2 a partir de 2023

O calendário de 2023 da Fórmula 1 ainda não está definido, uma vez que há mais locais interessados em sediar uma corrida do que é permitido por regulamento. Apesar da Austrália não estar entre as sedes em risco, havia rumores de que Melbourne pudesse ser substituída por Sidney.

O rumor foi cessado quando o novo contrato da categoria com o Albert Park foi divulgado. Uma extensão por 10 anos, ou seja, até 2035 (o atual contrato é válido até 2025). Além de garantir um longo acordo, a organização do evento também optou em levar às Fórmulas 2 e 3. Com isso, é a primeira pista fora da Europa a sediar uma corrida das categorias.

Fórmula 2 no Brasil?

Após o anúncio da entrada do GP da Austrália no calendário da base, o piloto da Charouz, Enzo Fittipaldi, alimentou a esperança dos brasileiros ao postar em seu Twitter que “a F2 no Brasil já é realidade”.

Logo depois, o piloto disse gostar da Austrália, mas que preferia correr no Brasil, completando com um “empurra gente” e compartilhando uma hashtag pedindo que as categorias de base entrassem no cronograma do GP de São Paulo.

Oscar Piastri na Williams?

Ok, essa é uma notícia ligada a Fórmula 1 e não a 2, mas após a crescente do rumor de que Piastri (atual campeão da F2) finalmente terá um assento na F1, o tema não poderia passar despercebido aqui no Paddock.

Há um tempo, o nome de Piastri é fortemente ligado a Williams e em meados de junho esse rumor ganhou força. De acordo com o que vem sendo comentado, Piastri deve assumir o lugar de Latifi na equipe inglesa, em um acordo entre Williams e Alpine, algo semelhante com o que foi feito entre Williams e Mercedes quando George Russell estava no time.

Na etapa do Canadá, Otmar Szafnauer, chefe da equipe francesa, foi questionado se o piloto australiano estaria no grid de 2023, e a resposta foi um singelo “sim”.

Olli Caldwell testa com carro da Alpine

Estreante na Fórmula 2, Olli Caldwell pertence a academia da Alpine e no dia 16 de junho, teve a oportunidade de estrear em um carro de Fórmula 1. O piloto inglês participou dos testes realizados pela equipe no circuito de Silverstone.

Os testes fizeram parte do programa de desenvolvimento de jovens talentos. Ao todo, Caldwell percorreu 585,7 KM em sessões sem incidentes. Durante os testes, foram utilizadas diversas configurações de corrida e largada. O carro usado pelo piloto foi o A521 usado por Fernando Alonso em 2021.

Após a oportunidade, Caldwell relatou:

“Tem sido inacreditável e estou sem palavras, não há nada que eu possa comparar. É tudo que eu esperava e muito mais. Não há nada que você possa fazer para se preparar para a sensação. O carro é incomparável à F2, tudo é mais, há mais velocidade, downforce, frenagem e mais cerca de 50 botões.

Eu me acostumei a trabalhar muito mais rápido neste carro e depois voltar para a F2, onde obviamente é mais lento, poderei levar adiante o que aprendi com essa experiência e adaptá-lo quando voltar a pilotar este circuito em um carro de F2.”

Jehan Daruvala nos testes da McLaren

Apesar de ser membro da academia da Red Bull, Jehan Daruvala fez sua estreia com um carro de Fórmula 1 participando dos testes da McLaren. Os ensaios foram realizados entre os dias 21 e 22, e o piloto da Prema realizou 130 voltas sem nenhum incidente.

Assim como Caldwell, Daruvala testou diversas configurações de corrida e classificação e após a participação nas atividades da McLaren, o piloto indiano está apto para obter a Super Licença, além de poder adquirir a Licença Especial para participar de Treinos Livres na F1. O carro utilizado por Jehan Daruvala foi o MCL35M, carro da equipe inglesa na temporada passada. Em seu Twitter, o piloto declarou:

“Pilotar um carro de Fórmula 1 pela primeira vez em Silverstone foi uma experiência irreal. Um grande ‘obrigado’ mais uma vez a todo mundo que fez isso acontecer. Eu me diverti muito e aprendi muito em apenas dois dias”.

Jüri Vips tem contrato com a Red Bull encerrado após falas racistas e homofóbicas

No dia 21 de junho, Jüri Vips teve seu contrato com a Red Bull suspenso. Em uma live na Twitch, onde jogava Call Of Duty com Liam Lawson, o piloto estoniano proferiu frases de cunho homofóbico e racista. Imediatamente, a Red Bull emitiu um comunicado anunciando a decisão de suspender o contrato com o piloto enquanto investigava o caso.

Após a suspensão, Jüri Vips publicou um texto em seu Instagram dizendo:

“Eu desejo, sem restrições, pedir desculpa pela linguagem ofensiva utilizada durante uma transmissão hoje. Esta linguagem é inaceitável não traduz os valores e princípios que eu carrego. Arrependo-me profundamente das minhas ações e não é o exemplo que quero deixar. Vou cooperar com a investigação”.

Uma semana depois, a equipe austríaca anunciou a decisão de romper o contrato com seu piloto júnior, além do apoio da academia, Vips foi desligado de todas as atividades com a RBR, incluindo sua participação como piloto de testes e reserva do time.

No dia 29, veio o anúncio da Hitech GP -equipe de Vips na F2- de que manteriam a vaga do piloto, alegando que dariam a oportunidade para Vips provar que estava arrependido de seus atos.

Logo em seguida, a Fórmula 2 divulgou uma nota, se posicionando contra a decisão da Hitech, o comunicado dizia:

“Após o recente incidente envolvendo Jüri Vips, a F2 reafirma que o uso de linguagem racista ou discriminatória não pode ser tolerado em nenhum ambiente. A decisão da Hitech Grand Prix hoje é surpreendente e não seria uma decisão que teríamos tomado. Monitoraremos a situação cuidadosamente com eles para garantir que tal comportamento seja tratado adequadamente”.

Grande Prêmio do Azerbaijão

Baku foi o único palco da Fórmula 2 em junho. Em um circuito desafiador, os rookies dominaram o fim de semana, contrariando as tendências de que a pista seria mais complicada para quem nunca tinha corrido por lá. O pole position foi Jüri Vips, mas o estoniano mais uma vez teve azar e bateu na curva do castelo faltando cinco voltas para o final da prova.

Na corrida sprint, Jake Hughes largou da primeira posição após a inversão do grid, porém logo na largada foi ultrapassado por Vesti e em seguida por Daruvala, o piloto da Prema conseguiu uma bela manobra, fazendo uma ultrapassagem dupla e liderando quase toda a prova. Porém, um safety car causado por Enzo Fittipaldi, juntou o pelotão. Na relargada, Frederik Vesti em um belo mergulho, assumiu a ponta e venceu pela primeira vez na Fórmula 2.

Na Feature Race, Dennis Hauger foi o grande vencedor, faturando sua segunda corrida na temporada. Hauger assumiu a liderança da prova faltando cinco voltas para o fim da corrida, após Vips – que largou da pole e liderou a prova durante todo o tempo- ter problemas no freio e acabar batendo na curva do castelo. Logan Sargeant fez uma boa prova e saiu de sétimo para chegar em segundo, Felipe Drugovich completou o pódio, disparando na liderança do campeonato, abrindo 49 pontos de vantagem sobre Pourchaire.

Na largada da corrida principal, Amaury Cordeel bateu na traseira do carro de Olli Caldwell, o acidente lhe rendeu mais um ponto na carteira e a suspensão do GP de Silverstone. Quem também foi suspenso do paddock na etapa da Inglaterra foi o pai de Cem Bölükbasi, que se envolveu em uma discussão com Roy Nissany e seu treinador após uma batida entre os pilotos na prova.

O GP do Azerbaijão contou com o retorno de Ralph Boschung, que ficou de fora da etapa de Mônaco, devido a uma lesão no pescoço; o piloto da Campos, ainda enfrenta dificuldades nas corridas e vem tratando o problema para retomar a boa fase, atualmente, Boschung é o 13° colocado no campeonato.

O mês de junho se encerrou com os preparativos para o Grande Prêmio da Inglaterra, que abre uma sequência de quatro corridas no mês de julho, mas isso é assunto para o próximo Sprint News.