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O efeito Max Verstappen no Road to F1

  • Foto do escritor: Beatriz Barbosa
    Beatriz Barbosa
  • 15 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

Fenômeno nas categorias de base, Max Verstappen construiu uma carreira avassaladora. Mas, de forma impessoal, o holandês abriu um precedente preocupante: depois do seu sucesso, a Fórmula 1 e suas equipes seguem atrás do próximo “Verstappen”, o que acelera carreiras e não respeita devidamente o processo de desenvolvimento de alguns pilotos.



Max Verstappen comemora triunfo no GP da Grã-Bretanha/ Foto: reprodução/ Mark Thompson/ Getty Images
Max Verstappen comemora triunfo no GP da Grã-Bretanha/ Foto: reprodução/ Mark Thompson/ Getty Images

O atual bicampeão do mundo estreou na F1 em 2015, com apenas 17 anos e saindo diretamente da Fórmula 3 para a elite do automobilismo. Os feitos do piloto da Red Bull são admiráveis: quebrando recordes e colecionando vitórias, Verstappen vai colocando seu nome entre os grandes da história do esporte.


Após a sua chegada meteórica, a FIA modificou algumas regras para impedir que os pilotos chegassem tão cedo na Fórmula 1. Atualmente, o piloto precisa ter, no mínimo 18 anos e 40 pontos na superlicença para poder assumir uma vaga na categoria. Apesar disso, quais são os impactos que Verstappen gerou para aqueles que viriam depois dele?


Com o surgimento e consolidação das academias de pilotos, as equipes passaram a travar uma busca incessante para encontrar o mais novo talento geracional. Muitos pilotos estão (ou estiveram) em programas de desenvolvimento ligados a alguma equipe da Fórmula 1. Por vezes, basta um piloto chamar minimamente a atenção em alguma categoria de base, para que os holofotes sejam atraídos para ele.


E quando isso acontece, uma pressão maior do que a comum é colocada em cima do atleta, a exigência por bons resultados cresce e por vezes, o piloto acaba sucumbindo a pressão. Um exemplo recente disso vem da própria academia Red Bull. Em 2022, Isack Hadjar se destacou ao longo de sua campanha na Fórmula 3, porém, apesar da velocidade demonstrada, o francês cometia erros, assim como todo novato e, na reta final da competição, quando brigava pelo título, se mostrou instável.


Na última corrida da temporada, em Monza, o piloto errou durante a classificação e bateu forte contra a barreira de proteção, encerrando ali a possibilidade de ser campeão. Um ano a mais no penúltimo degrau antes da F1 parecia a escolha mais sábia. Porém, o piloto foi promovido para a Fórmula 2, onde, até o momento em que esse texto foi redigido, não conseguiu se destacar.


Claro, o francês é mais um dentre os finitos exemplos que poderiam ser citados aqui. No grid da F2 encontramos exemplos interessantes: Pourchaire, Novalak, Hadjar...


O grande X da questão é: as equipes estão ansiosas para descobrirem o “próximo Max Verstappen”, mas talentos excepcionais como o dele não surgem com frequência. O que não significa que os pilotos que apareceram no radar da F2 nos últimos anos sejam ruins, muito pelo contrário, há muito potencial nos grids de acesso.


Porém, como todo ser humano, em qualquer função exercida, os pilotos necessitam de tempo para se desenvolver e não existe uma equação para definir o período necessário, alguns estão prontos para a Fórmula 1 após um ano na base, outros depois de três e ainda assim, há talento em ambas as hipóteses.


Atualmente, para além de bicampeão, Verstappen carrega consigo as marcas de ser o mais jovem piloto na F1 a: correr, marcar pontos, vencer uma corrida, conquistar um pódio, liderar uma volta, marcar a volta mais rápida e marcar um grand chalem. Atribuir a um adolescente o peso de ser o “sucessor natural” de um competidor como Verstappen, pode ter um efeito negativo.


Essa não é uma regra dentro das academias, mas ano após ano, visualizamos pilotos sendo promovidos de categoria quando claramente precisavam de mais tempo no degrau anterior. É importante ressaltar também, que "efeito Max Verstappen" é apenas uma nomenclatura para exemplificar a pressa das equipes em promoverem logo seu talentos mais promissores.


Todos os feitos e a rápida evolução do holandês são méritos dele, tudo o que ele conquistou foi tão exorbitante que uma regra foi mudada após sua chegada na Fórmula 1. O ponto aqui é, justamente, mostrar que há uma aceleração no processo de descoberta de potenciais pilotos para a F1, coisa que sempre existiu, mas que com a ascensão da Fórmula 2, fica cada vez mais explícita.



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