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Base para quem?

  • Foto do escritor: Beatriz Barbosa
    Beatriz Barbosa
  • 8 de set. de 2022
  • 4 min de leitura

Com o fim da temporada se aproximando e os rumores da Silly Season se intensificado, uma dúvida parece estar longe de ser respondida: para onde vai Felipe Drugovich? O futuro do brasileiro se desenha para atuar como piloto reserva de alguma equipe da F1.


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Os primeiros e mais fortes rumores apontavam para uma negociação com a Aston Martin, porém, tudo mudou quando no GP da Holanda, Mariana Becker trouxe a notícia que o brasileiro foi visto saindo de uma reunião com Helmut Marko, no motorhome da Red Bull.


A empolgação tomou conta do fã brasileiro que anseia por um representante nacional na Fórmula 1 e em um primeiro momento, havia fundamento para tamanha euforia, levando em consideração que os rumores de uma possível saída de Gasly vem ganhando forças. Porém, toda a felicidade durou pouco, quando foi confirmado que a negociação era para uma vaga de terceiro piloto, ou seja, reserva.


Uma semana antes, durante o GP da Bélgica, Marko havia mencionado um possível interesse da Red Bull em trazer Colton Herta, piloto da Fórmula Indy, como substituto de Gasly na AlphaTauri. Após o relato do chefe da equipe austríaca, pouco foi comentado sobre, já que o nome do piloto estadunidense estava constantemente ligado a rumores de transferências. Porém, até então, o nome de Drugovich não estava relacionado ao grupo Red Bull.


Em uma análise imparcial, precisamos admitir que em nenhum momento o nome do brasileiro foi vinculado a uma vaga titular na F1, não por falta de tentativas por parte do piloto, mas as vagas na categoria principal estão escassas e as poucas que surgiram contam com uma grande fila de candidatos, e sabemos que nessas negociações o talento não é o principal requisito.


Para avaliar essa situação, precisamos debater os temas de forma isolada.


Colton Herta na Fórmula 1


Parecia um caminho natural para a Fórmula 1 a entrada de um piloto dos Estados Unidos na categoria, por isso, no momento que um estadunidense se destacou na F2, logo começaram a surgir rumores de que Logan Sargeant poderia assumir uma vaga na Fórmula 1; porém, um nome sempre foi citado quando esse assunto era debatido: Colton Herta, que ao que tudo indica, estará no grid em 2023.


Ao que tudo indica, Herta é hoje, a melhor opção para representar os Estados Unidos na F1, pilotando na Indy desde 2018, o piloto coleciona sete vitórias em uma das categorias mais competitivas do automobilismo mundial. Por tanto, não seria nenhum absurdo cogitar um atleta promissor para a vaga.


Para a jornalista que vos escreve, não é nenhum absurdo que Colton Herta esteja cogitado para assumir o carro da AlphaTauri. Mas, isso não significa que concorde com os meios que estão cogitando usar para levar o piloto para a F1.


Herta não possui os pontos necessários para obter a superlicença, documento necessário para que um piloto possa pilotar na Fórmula 1, e para que ele possa pilotar em 2023, a Red Bull tenta convencer a FIA a ceder o documento para o piloto alegando motivos de força maior. A iniciativa desagrada a muitos e inclusive chefes de outras equipes já demonstraram serem contra a ideia.


O sistema de pontos não faz jus a competitividade das categorias. Se a FIA, quando desenvolveu as regras preferiu atribuir mais pontos as suas categorias do que para a Indy, então que tenha pulso para manter ou busque realizar uma revisão para o futuro.


A questão é que Herta tem sim talento para entrar na F1, porém, independente dos motivos, as regras do jogo precisam ser cumpridas, principalmente que, se forem burladas colocam em xeque todo um sistema que a tempos desagrada. Aliás, o possível único ponto positivo de toda essa história seja, justamente uma renovação das regras para obtenção da superlicença.


Como fica Felipe Drugovich em toda essa história?


Por mais que muitos não concordem, com Herta entrando ou não na F1, as coisas não mudam muito para o brasileiro. Como dito anteriormente, o futuro de Drugovich se desenha para uma vaga como piloto de desenvolvimento, independente se feche negócio com Aston Martin ou AlphaTauri.


Diferente do que muitos “analistas” andam vinculando pelas redes sociais, o brasileiro não está sendo cogitado na F1 porque as vagas estão escassas, com as melhores oportunidades podendo surgir apenas em 2024. Os longos contratos fechados recentemente impedem que os pilotos vindos da base consigam, efetivamente, brigar por uma vaga no grid.


Basta observar o cenário do último ano, onde apenas o terceiro colocado da F2 conseguiu vaga, enquanto o campeão precisou esperar e se aproveitar de uma movimentação improvável no mercado para conseguir estar no grid em 2023. Drugovich mostrou que tem talento, personalidade e cabeça suficiente para estar na F1, porém nem sempre o mercado é justo com aqueles que trabalham duro em busca de seus sonhos.


E, com esse gancho, chegamos a última parte deste debate.


Existe um futuro para a Fórmula 2?


Quando a F2 foi criada, em 2017, chegou como a substituta da GP2 e a grande promessa de se instalar como uma categoria formadora de pilotos para a F1. O objetivo parecia estar sendo cumprido quando em dois anos, promoveu seus dois campeões para a categoria.


Em 2019, Nyck de Vries precisou expandir seus horizontes para além da F1 para conseguir seguir com sua carreira. Em 2020, três pilotos foram promovidos da Fórmula 2 para a Fórmula 1. Em 2021, Oscar Piastri se juntou ao hall dos campeões, mas não foi promovido. Caminho esse que deve ser seguido por Drugovich neste ano.


Porém, em 2022 o cenário parece ainda mais grave, já que o indicativo é que nenhum piloto do atual grid da F2 seja promovido para a F1, algo inédito nesses seis anos da categoria. Com isso, surge a problemática: até onde a F2 se torna atrativa para aqueles que querem chegar à Fórmula 1?


Ainda é o principal caminho, mas até quando? Frequentemente, me questiono para quem a Fórmula 2 serve de base, quando os exemplos recentes mostram que a estimativa é baixa para o tal “road to F1”.


Vale ressaltar que todas as opiniões expostas nesse texto são pessoais da autora, baseada em todos os fatos apresentados até o momento em que este texto foi escrito.

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