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O que é síndrome facetária? Entenda a lesão que afastou Boschung das pistas

  • Foto do escritor: Beatriz Barbosa
    Beatriz Barbosa
  • 17 de ago. de 2022
  • 3 min de leitura

Piloto suíço se afastou da F2 após o GP de Silverstone, para focar no tratamento da lesão


Aparentemente, às fortes chuvas de Ímola acabaram mudando o curso da temporada da Fórmula 2. Ao menos, para Ralph Boschung, a situação se desenhou desta forma. Apesar do terceiro lugar conquistado na Feature Race, o piloto da Campos teve problemas a partir da etapa da Emilia-Romagna.

Boschung no pódio no GP de Ímola, foto/ reprodução
Boschung no pódio no GP de Ímola, foto/ reprodução

Boschung até tentou correr nas etapas seguintes (Espanha e Mônaco), mas às dores no pescoço o impediam. Para a corrida no Azerbaijão, o suíço conseguiu participar das provas, mas em Silverstone, voltou a abandonar a sessão antes da primeira corrida.


Logo, antes da etapa da Áustria, Ralph anunciou que estaria se ausentando das corridas, para focar em seu tratamento e tentar se recuperar o mais rápido possível. Assim, Roberto Merhi foi escalado pela Campos, enquanto Boschung se pronunciou através de suas redes sociais e finalmente, esclareceu o problema que o impede de correr: uma síndrome facetária grave.


Apesar do nome, a síndrome não tem relação com a face, mas sim com a coluna vertebral. De acordo com o Dr. Cristiano Menezes, essa é uma condição comum, na qual as articulações das juntas entre as vértebras (facetas articulares), que são responsáveis pela estabilidade e flexibilidade espinhais, ficam inflamadas e inchadas.


O Paddock da F2 conversou com a graduanda em fisioterapia da Universidade Estadual de Minas Gerais, Graziele Damas, para entender melhor como a síndrome ocorre, quais os sintomas, tratamentos e a influência a longo prazo no desempenho do atleta. O resultado dessa explicação, você confere a seguir.


Para começar a entender a síndrome, é preciso compreender o que é a articulação facetária. Graziele explica que essa articulação é formada por quatro estruturas: a cápsula fibrosa, a membrana sinovial, a cartilagem hialina e o osso. A estudante completa, relatando que caso o disco intervertebral diminua em altura, a fricção entre os ossos e as limitações decorrentes acabam degradando excessivamente as cartilagens articulares, resultando em uma síndrome facetária ou da articulação facetária.


A articulação facetária, foto/ reprodução
A articulação facetária, foto/ reprodução

Os principais sintomas são dores na cervical, dorsal ou lombra com a dor podendo ser unilateral ou bilateral, podendo afetar também os membros superiores e inferiores. Outro sintoma que pode surgir é a perda da sensibilidade nas pernas e nos braços, além de poder provocar rigidez, dificuldades para se endireitar e se levantar da posição sentada.


A principal causa da síndrome facetária são as alterações degenerativas das articulações vertebrais e dos tecidos articulares, como o desgaste da cartilagem. Se não tratado corretamente, os sintomas podem virar crônicos.


Regiões que podem ser afetadas pela síndrome, foto/ reprodução
Regiões que podem ser afetadas pela síndrome, foto/ reprodução


O tratamento convencional consiste em um reposicionamento das articulações mediante mobilização da coluna vertebral, além de exercícios de fisioterapia de flexibilização e fortalecimento muscular. Em casos mais graves, o tratamento pode se basear na infiltração de analgésicos e cortisona na região afetada.


A inflamação pode ser uma preocupação a longo prazo, principalmente se não for tratada corretamente. Graziele destacou que no caso de um piloto, onde o esforço físico é maior, os efeitos podem surgir a curto prazo. A estudante ressalta que o porpoising enfrentado na Fórmula 1, também pode ser um agente causador do problema.


Após a explicação sobre a síndrome, é importante destacar que no caso de Boschung, o diagnóstico veio como grave, ou seja, a inflamação chegou em um ponto alto. O piloto tentou conciliar o tratamento com as provas da F2, porém, ao que tudo indica, preferiu evitar problemas maiores no futuro, deixando de lado parte da temporada para se dedicar ao tratamento.


Não se sabe ao certo se o piloto suíço retornará para a reta final da competição, tudo irá depender do avanço de seu tratamento. Outro ponto de destaque é: no início da temporada, Boschung havia dito que, caso não houvesse espaço na F1, uma opção para a sequência de sua carreira seria a Indy.


Ou seja, ao que tudo indica, 2022 será seu último ano na F2. O que resta neste momento, é torcer por uma boa recuperação do piloto e que não haja consequências maiores para o futuro.

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